A Princesa de Gales diz que, no momento da cirurgia, pensava-se que sua condição não era cancerosa. Mas os testes após a cirurgia revelaram que o câncer estava presente.
Também conhecida como terapia adjuvante, a quimioterapia preventiva é frequentemente usada após a cirurgia para reduzir a chance de o câncer voltar e se espalhar.
Lawrence Young, professor de oncologia molecular na Universidade de Warwick, explica: “Mesmo após a remoção bem sucedida de todos os cancros visíveis por cirurgia, as células cancerígenas microscópicas podem permanecer à espreita no corpo e não podem ser detectadas pelos testes actuais”.
Quando é usada quimioterapia preventiva?
O principal especialista em câncer e oncologista consultor, Dr. Karol Sikora, diz que pode ser usado quando “o risco de recorrência é alto. A forma como o tratamento é administrado é muito melhor agora e é realmente feito de forma muito profissional e ela receberá o melhor atendimento possível. Embora seja desagradável, a quimioterapia traz grandes benefícios”.
Às vezes, o câncer pode “escapar do órgão de origem”
Mangesh Thorat, leitor honorário da Universidade Queen Mary de Londres e cirurgião de mama consultor do Homerton University Hospital, diz que testes e varreduras não conseguem detectar cânceres microscópicos, portanto, tratamentos preventivos são usados quando se sabe que o câncer está presente.
Ao descobrir que o câncer estava presente após a cirurgia, terá sido tomada a decisão de aplicar quimioterapia à princesa para garantir que todas as células cancerígenas remanescentes fossem mortas.
“A cirurgia é a forma mais curativa de tratamento para cânceres em estágio inicial de órgãos sólidos. No entanto, ocasionalmente algumas células cancerígenas escapam do órgão de origem e passam a residir em outros órgãos, como o pulmão ou o fígado. Os testes e exames atualmente disponíveis não são capazes de detectar essa propagação microscópica e, portanto, para aumentar as chances de cura, o tratamento presuntivo dessa provável propagação é frequentemente realizado mesmo após o câncer no órgão sólido de origem ter sido completamente removido. Dependendo do tipo de câncer, são utilizados diversos medicamentos que podem atingir todos os órgãos do corpo onde essa disseminação possa ter ocorrido. A quimioterapia é um tipo de tratamento que utiliza medicamentos que atuam particularmente nas células que se dividem rapidamente, por exemplo, células cancerígenas, e mata essas células”.
Funciona melhor em determinados grupos?
Andrew Beggs, pesquisador clínico sênior e cirurgião colorretal consultor do MRC, da Universidade de Birmingham, descreve a quimioterapia preventiva como “um pouco como limpar o chão com água sanitária quando você derrama algo sobre ele, a quimioterapia mata todas as células derramadas”. A idade não tem efeito na taxa de sucesso da quimioterapia, exceto quando os cancros são ‘imunes quentes’, o que é mais comum nos jovens – neste caso, um tipo de quimioterapia chamada imunoterapia poderia ser administrado.”
Ele diz que os mais jovens podem “tolerar melhor doses mais altas de quimioterapia”, portanto podem receber planos de tratamento mais fortes que têm “maior probabilidade de matar quaisquer células restantes”. E, a quimioterapia “geralmente é administrada por três a doze meses, dependendo do tipo de câncer”.
Embora não saibamos em que estágio do câncer a princesa se encontra, o professor Lawrence diz que “um achado incidental de câncer durante uma cirurgia para outras condições está frequentemente associado ao tumor ser detectado em um estágio inicial, quando a quimioterapia subsequente é muito mais eficaz”.
A quimioterapia preventiva, geralmente é administrada na forma de comprimidos ou injeções. E, pode causar problemas na medula óssea e no intestino, causando sintomas como enjôo ou contagem sanguínea baixa.
A Princesa de Gales disse que está “bem e cada dia mais forte”, prestando homenagem ao marido como uma “grande fonte de conforto e segurança também”.
Ela pediu “tempo, espaço e privacidade” ao concluir o tratamento.
Fonte: SkyNews
