Evento reuniu ministros e autoridades de vários países para o debate

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou nesta segunda-feira (10) que a fome, a pobreza e a crise climática precisam ser enfrentadas de forma conjunta. A fala ocorreu durante um evento na COP30, em Belém (PA), que reuniu autoridades de diversos países e membros do governo brasileiro.

Para Marina, os fenômenos climáticos extremos, como o tornado que devastou cidades no Paraná na última semana, agravam a vulnerabilidade social e atingem diretamente quem já vive em situação de pobreza.

“As pessoas perdem seus sistemas alimentares, seus locais de trabalho, quando ocorre uma enchente, um tufão ou um furacão. Isso as torna ainda mais vulneráveis”, afirmou a ministra.

Ela reforçou que não é possível pensar em políticas climáticas sem considerar a desigualdade social.

“Pensar o enfrentamento da desigualdade junto com o enfrentamento da mudança do clima é perfeitamente possível — e é o único caminho eficiente para lidar com os dois problemas”, acrescentou.

O evento contou também com a presença do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, que defendeu o fortalecimento das redes de proteção social para respostas rápidas às emergências climáticas.

“Não há segurança alimentar nem resiliência climática sem aqueles que cuidam da terra, das águas e das sementes. A agricultura familiar fornece a maior parte dos nossos alimentos”, destacou.

Durante a Cúpula do Clima, realizada no dia 7 de novembro, 43 países e a União Europeia aprovaram a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, que coloca o combate à fome e à pobreza no centro das discussões globais sobre o clima.

A ministra da Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha, Reem Alabali Radovan, elogiou o protagonismo brasileiro: “A declaração representa um passo pioneiro ao unir ação climática, proteção social e segurança alimentar. Proteger o planeta e as pessoas deve caminhar junto.”

A Declaração de Belém reafirma um compromisso global com uma agricultura sustentável, um desenvolvimento rural inclusivo e a construção de um futuro em que ninguém seja deixado para trás.

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