O Japão deu um passo histórico nesta terça-feira (21), ao eleger Sanae Takaichi como a 104ª primeira-ministra do país — a primeira mulher a ocupar o cargo em toda a história japonesa. Aos 64 anos, a líder do Partido Liberal Democrata (PLD) assume o comando de uma das maiores economias do mundo, com o desafio de equilibrar crescimento econômico, estabilidade política e relações internacionais estratégicas.

Conhecida por sua postura conservadora e firme em relação à China, Takaichi assume o governo em um momento de forte instabilidade política: é a quinta pessoa a ocupar o cargo em apenas cinco anos. Seu mandato começa com um gabinete de minoria e uma intensa agenda de compromissos, incluindo a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Tóquio na próxima semana.

Entre os principais desafios da nova premiê estão o envelhecimento populacional, o baixo índice de natalidade e a pressão sobre as contas públicas, fatores que colocam em risco o futuro econômico do Japão. No campo político, Takaichi também terá de lidar com a queda de popularidade do PLD e a ascensão de partidos populistas de extrema-direita, como o Sanseito, que reforçam discursos nacionalistas e anti-imigração.

Apesar das dificuldades, a eleição de Sanae Takaichi representa um marco simbólico e político para as mulheres japonesas — em um país ainda marcado pela desigualdade de gênero e pela baixa representatividade feminina na política.

Sua chegada ao poder desperta esperança de que o Japão, enfim, abra espaço para uma liderança mais plural e inclusiva, mostrando ao mundo que as mulheres podem — e devem — ocupar os mais altos cargos de decisão.