Crianças Neurodivergentes – A Urgente Necessidade de Atendimento Especializado nas Escolas

O Desafio de Atender à Individualidade e as Neurodivergencias na Infância.

Em um mundo que avança rumo à inclusão e ao reconhecimento das diferenças, às escolas se deparam com um grande desafio: Oferecer um ambiente de aprendizado adequado para crianças neurodivergentes.

Mas, o que é de fato uma criança neurodivergente? 

Uma criança neurodivergente é aquela que possui um desenvolvimento neurológico diferente do padrão esperado pela sociedade. Isso significa que ela pode ter diferenças na forma como aprende, se comunica, se comporta e interage com o mundo ao seu redor. Falando muito superficialmente, vamos citar alguns exemplos:

  • Uma criança que não gosta de contato visual e prefere brincar sozinha pode ser autista.
  • Uma criança que é muito agitada, impulsiva e tem dificuldade em se concentrar na escola pode ter TDAH.
  • Uma criança que tem dificuldade em aprender a ler e escrever pode ter dislexia.
  • Uma criança que tem dificuldade em coordenar seus movimentos e realizar tarefas motoras finas pode ter dispraxia.
  • No geral, escolas e professores sem preparação alguma, podem somente interpretar a resposta ao ensino tradicional dado a estes alunos como dispersão, rebeldia, maus tratos, dificuldade de aprendizado ao excesso e isso tudo traumatiza a criança em diversos níveis, inclusive ao desenvolvimento de outras comorbidades,  explica a Dra. Gladys Arnez, neurologista infantil, com grande experiência e especialista no assunto, que ilumina este caminho, discutindo a importância de um atendimento especializado nas escolas para crianças com TEA, TDAH, paralisia cerebral e outras particularidades do desenvolvimento infantil.

O Problema: Diante de um cenário educacional projetado para a massa, crianças neurodivergentes muitas vezes se veem em uma luta constante por compreensão e adequação. A falta de profissionais capacitados, métodos de ensino rigidamente uniformes e a escassez de recursos voltados para atender suas necessidades específicas são barreiras que demandam atenção imediata, culminando ao pensamento tanto dos pais, quanto destas crianças de que nada adianta , pois estão fadados à derrota em todas as áreas da vida e isso não é verdade! – Insiste a Dra. Gladys

Dados e Fatos:

• Estatísticas recentes indicam que 1 a cada 36 crianças tem autismo e  aponta que 3 entre 4 crianças com autismo possuem outro tipo de neurodivergência como TDAH, dificuldades motoras e de aprendizagem. Todos diagnosticados em idade escolar.

• Pesquisas demonstram que a intervenção especializada precoce pode resultar em melhorias significativas no desenvolvimento acadêmico e social dessas crianças.

• No entanto, segundo o Portal MEC, apenas 30% das escolas oferecem atendimento educacional especializado. Além disso, somente 26% contam com salas de recursos multifuncionais e apenas 4% dos professores que atuam nessas escolas, que possuem formação específica ou estão capacitados em educação especial. E muitas deixam a desejar o quesito: “recursos”,  para oferecer este tipo de suporte.

Histórias Reais: Incorporamos depoimentos de pais, educadores e alunos, destacando os desafios diários enfrentados por falta de uma estrutura de apoio adequada nas escolas. Essas narrativas pessoais reforçam a urgência de uma mudança. E acredite: Não faltam!

Soluções Propostas: Dra. Gladys Arnez sugere um conjunto de ações práticas para transformar o ambiente escolar em um espaço verdadeiramente inclusivo:

• Implementação de programas de formação continuada para professores em neurodiversidade.

• Integração de profissionais especializados, como psicopedagogos e terapeutas ocupacionais, nas equipes escolares.

• Desenvolvimento de currículos adaptativos que respeitem e promovam o potencial de cada criança.

-Sabemos que isso não acontece de um minuto para o outro, completa, mas, é urgente que tomemos providências!

Conclusão

A inclusão efetiva de crianças neurodivergentes no sistema educacional não é apenas uma questão de direitos; mas, um caminho para desbloquear um potencial inexplorado que pode enriquecer nossa sociedade. 

Com a orientação de especialistas como a Dra. Gladys Arnez e a implementação de políticas públicas coerentes, podemos assegurar que cada criança receba a educação que merece e necessita.

OBS: O Que Fazer Se Você Suspeitar que Seu Filho é Neurodivergente:

Dra Gladys Arnez aconselha o seguinte: Se você suspeitar que seu filho é neurodivergente, é importante conversar com um neurologista ou outro profissional apto a atende-lo da área de saúde. Eles poderão avaliar seu filho e determinar se ele tem alguma condição neurodivergente.

Se for confirmado que seu filho é neurodivergente, existem  recursos disponíveis para ajudá-lo a ter sucesso na vida. Existem clínicas, serviços e, dentro do possível, escolas que trabalham com crianças neurodivergentes, especializadas, e como falamos, algumas com programas de terapia e grupos de apoio que podem fornecer o suporte que seu filho precisa. Pense Positivo! Tudo é possível. Basta querer!

Dra Gladys enfatiza que é importante lembrar que todas as crianças são diferentes, e que não há uma única maneira “certa” de ser. As Crianças Neurodivergentes são tão capazes quanto as outras crianças, e podem ter uma vida plena e feliz.

Aqui estão alguns recursos que podem ser úteis:

  • Associação Brasileira de Autismo (ABA)
  • Associação Brasileira de Déficit de Atenção/Hiperatividade (ABDA): https://www.abda.org.br/
  • Federação Brasileira de Dislexia e outras Dificuldades de Aprendizagem (FEBRAID)
  • Sociedade Brasileira de Dispraxia (SBD)

ATENÇÃO: Por isso, convidamos educadores, pais, profissionais da saúde e tomadores de decisão, a se unirem nesta causa, promovendo e apoiando iniciativas que visam a inclusão e o reconhecimento das necessidades especiais no ambiente escolar, pois desde a pandemia de 2020, isso tornou-se cada vez mais claro, urgente e infelizmente esta necessidade, só cresce. 

Crédito: Dra. Gladys Arnez, Médica Neurologista infantil, Especialista em Transtornos  do Neurodesenvolvimento,  e em Tratamentos com a Toxina Botulínica dentro da Neurologia, como a Paralisia Cerebral,  autismo, enxaquecas e outros. Fundadora da Clínica Neurocenterkids, um centro de excelência com duas unidades: ABC e São Paulo. Descubra mais em: https://clinicaneurocenterkids.com.br

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