15 anos sem Michael Jackson: o dia que o Rei do Pop visitou rádio no Brasil

A correria foi tanta que Michel Jackson queria entender o que estava acontecendo entre os andares da rádio

Há 15 anos o mundo se despedia do “Rei do Pop”, o astro da música, Michael Jackson. Numa tarde de quinta-feira, o site americano “TMZ”, especializado em música, publicava que o astro americano de 50 anos tinha acabado de morrer. Era unanime que Michael Jackson transcendia entre todos os gêneros musicais. Todos, em algum momento já foram embalados por alguma melodia do astro mundial.

Inicialmente, as informações que chegavam por meio da imprensa, davam conta de que Michael havia sofrido uma parada cardíaca em casa e que todas as tentativas de ressuscitá-lo tinham fracassado. O mundo da música entrava então, num processo de luto. Até hoje o som de Michael Jackson e também dos ‘The Jackson 5’ é usado novelas, filmes e séries.

Michel Jackson na Super Rádio Tupi

O produtor Jorge Pereira, de 72 anos, carinhosamente chamado pelos colegas de Jorginho, conta que na década de 1970, os ‘Jackson Five 5’ estiveram na Super Rádio Tupi, durante uma visita ao Brasil.

“Foi em 1974 que Michael Jackson e toda a turma do The Jacksons 5, vieram ao Brasil e descobriram que aqui na Rádio Tupi, um dos diretores da rádio, era o Zé Mauro, que havia sido o diretor de uma rádio na Filadélfia. Eles gostavam muito de Zé Mauro. Eles vieram com o objetivo de fazer um programa do Tony Tornado na televisão. A rádio era na Avenida Venezuela, 43, lá na Praça Mauá. E a sala da direção do Zé Mauro era no terceiro andar. Os nossos estúdios eram no quarto andar. Eu trabalhava naquela época como produtor do programa do Paulo Lopes. O que aconteceu? Eles chegaram lá, foi aquele frisson, aquela confusão toda e tal’’, recordou Jorge, que na época tinha apenas 23 anos de idade.

Jorge Pereira também lembrou quando Jermaine Jackson ficou curioso sobre o funcionamento dos equipamentos da rádio.

“De repente, abre o elevador, chega o Jermaine Jackson lá em cima, o mais velho, aquele que cantou no funeral do Michael. E o Jermaine começou a perguntar detalhes sobre os microfones, sobre as máquinas de gravação, tudo da rádio. Eu não tinha conhecimento e não tenho conhecimento disso até hoje. Aí fui buscar um diretor da rádio que, além de falar bem inglês, sabia dizer a respeito dos equipamentos e poderia dar as informações que ele queria. Esse diretor começou a conversar com o Jermaine e disse para mim, ‘vamos levar ele lá no estúdio, vamos colocá-lo ao lado do Paulo Lopes, para dar uma entrevista’. Ele me pediu que fosse até a discoteca pegar o último compacto (disco) do Jackson 5. Aquela altura, em 1974, o Michael Jackson já havia gravado solo, ele gravou “Ben”, se não me engano, mas quem estava ali era um representante do Jackson 5, então eu buscava a música do Jackson 5 e eu peguei um que já tinha sido sucesso em 71, 72’’, destacou empolgado Jorge Pereira.

No meio de toda a empolgação de ter o astro do pop nas dependências da rádio mais querida do Rio de Janeiro, Jorge se viu tendo que resolver um empasse.

“Nós batemos de frente com um problema. Por ordem do próprio Zé Mauro, diretor da rádio, a rádio só tocava música brasileira, não podia tocar música estrangeira. Foi aí que o diretor me pediu, ‘vai lá embaixo, no terceiro andar, fala com o Zé Mauro e pede a ele uma autorização, diz que o German está aqui em cima’. Eu desci para o terceiro andar – foi aí que eu vi os meninos; estava o Michael, o Marlon, um outro que acho que é o Joe (Jackson) e o Tito. Estavam lá, eu tive a oportunidade de cumprimentá-los”, destacou Jorge.

A correria foi tanta que Michel Jackson queria entender o que estava acontecendo entre os andares da rádio.

“Ele (Michael) disse: o que aconteceu? O que está acontecendo? E o Zé Mauro (diretor) explicou que era uma autorização para tocar a música. Eu peguei a autorização, eu cumprimentei a todos, subi e a música foi tocada. Depois eles viajaram para São Paulo para fazer o programa do Tony Tornado. Eles estavam acompanhados de uma cuidadora de menores, porque eles só podiam sair dos Estados Unidos assim, isso porque havia dois menores na época; o Michael e o Marlon”

Fonte: Portal Estado de Minas Cultura

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